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Condomínios antigos: quais são seus problemas elétricos?

Com o passar do tempo o avanço tecnológico trouxe consigo além de conforto e praticidade, segurança para os condomínios!

Quando falamos de eletricidade, não seguir tal atualização é colocar em risco, além de bens materiais, a vida de pessoas, sendo este um bem imensurável.

Infelizmente, notamos que uma realidade em muitos condomínios com mais de 25 anos acaba sendo a devida falta de manutenção.

Por isso, vamos te ajudar a identificar se o seu condomínio possui alguma inconsistência e seus respectivos riscos. Vale ressaltar que caso seu condomínio venha apresentar algum dos sinais a seguir, você deve buscar respaldo de uma equipe especializada.

Queda de energia constante

Um dos sinais mais comuns em condomínios antigos é a queda constante de energia, normalmente associado ao aumento do consumo sem a devida atualização do circuito. A aquisição de eletrodomésticos e eletrônicos mais potentes se tornou uma realidade nos últimos anos, então, o circuito acaba fornecendo mais potência do que a priori foi dimensionado a fornecer, gerando o desarme de disjuntores. A falta de energia afeta, além dos apartamentos, os interfones, câmeras de segurança, sistema de alarmes, portões, portas elétricas e a iluminação em áreas comuns. Sabendo desse problema, é evidente a necessidade da manutenção e readequação do sistema elétrico.

Nessas horas, muitos pensam que a troca do disjuntores cessará a queda de energia, no entanto, isso resultará em um problema ainda maior que explicaremos adiante.

Disjuntores desatualizados nos condomínios

O disjuntor é um um componente eletromecânico que tem como função monitorar e conter a passagem de corrente elétrica em um circuito. Caso venha ter uma sobrecarga ou curto circuito, o disjuntor desarmará fazendo com que não tenha mais a passagem da corrente.

Atualmente, existem dois tipos de disjuntores no mercado: NEMA e DIN. Já explicamos a diferença entre ambos neste artigo, mas vamos recapitular:

Em suma, o disjuntor NEMA é um componente que desarmará o circuito quando ele superaquecer, vamos te explicar isso de uma forma mais simples: o fluxo de elétrons, que denominamos corrente elétrica, gera calor, então se tivermos um fluxo muito grande de elétrons -entenda-se isso como uma sobrecarga no circuito- resultará em um aumento da temperatura. Esse aumento fará com que disjuntor desarme. No entanto, leva um tempo até superaquecer o circuito, ou seja, o desarme não é imediato. Já o disjuntor DIN desarmará antes mesmo do circuito superaquecer, por isso o NEMA é menos eficiente. Disjuntores DIN possuem uma tecnologia que chamamos de termomagnética, ela é responsável pelo desarme ao identificar o aumento de corrente não necessitando esperar até superaquecimento.

Visualmente, essa diferença é bem simples, os disjuntores NEMA são pretos enquanto os disjuntores DIN são brancos. 

Vale ressaltar que, por uma questão de segurança, a análise de um especialista deve ser feita quando há necessidade de troca de disjuntores, isso porque outras análises no circuito podem ser feitas. Caso contrário isso pode gerar riscos ainda maiores, sendo esses exemplificados no tópico a seguir.

Dimensionamento incorreto dos condomínios

A troca de disjuntor sem a consultoria especializada é um dos maiores riscos em um circuito elétrico. Essa ação é o agente resultante de um efeito em cascata que pode ocasionar um incêndio, tal como o do Museu Nacional.

O ato da troca ocorre muitas vezes com o intuito ingênuo de resolver a queda constante dos disjuntores, no entanto, o problema não está  na ineficiência desse dispositivo, pelo contrário, essa queda significa que ele está executando a sua função que é o desarme quando ocorre uma sobrecarga no circuito, e normalmente essa sobrecarga é só uma consequência do aumento do consumo de energia. Como dito anteriormente, é esperado que com o passar do tempo aconteça tal aumento devido a aquisição de equipamentos mais potentes, e a forma de resolver isso seria o possível aumento de carga e não o aumento do valor do disjuntor.

Cada componente de um projeto elétrico possui sua especificidade, sendo um dependente de outro, a alteração incorreta de um componente interfere todo o circuito. 

Ao aumentar o valor de um disjuntor sem levar em consideração o dimensionamento da fiação é permitir que passe sobre o fio uma corrente maior do que a que ele suporta. Para melhor entendimento imagine que a fiação de um circuito são como canos, e a água que passa através dele é a corrente elétrica, se esse cano passa a receber um fluxo de água maior do que a que ele suporta consequentemente o cano irá desenvolver rachaduras e vazamentos, o mesmo ocorre com a fiação, no entanto ao invés de rachaduras, essa sobrecarga pode gerar o superaquecimento do material que o protege, podendo assim deixar exposto os cabos, sendo esse um dos princípios de incêndios.

Falta de dispositivo de proteção

Existem alguns dispositivos no circuito elétrico que possibilitam uma maior segurança, dentre eles possui o DPS, Dispositivo de Proteção contra Surtos de Tensão. Antes de falar sobre esse componente é necessário entender o que é um surto de tensão.

O surto de tensão pode surgir tanto de uma descarga atmosférica que atinge a rede elétrica, ou por alguma manobra da própria concessionária de energia.

Imagine que a tensão de alimentação do seu circuito é de 220V e de repente ela passa a ser de 2000V. Esse pulso chegará até os equipamentos, e provavelmente os danificarão já que atualmente os eletrônicos são fabricados para suportar esses impulsos de até 1500 V em média.

A função do DPS é detectar o surto de tensão e desviá-lo para a terra em questão de milissegundos e em seguida restabelecer a energia. 

Sabendo que não há como prever a exposição a essa situação, possuir esse equipamento vai além de ser um diferencial nas instalações elétricas, e passa a ser algo essencial e previsto em norma. 

Quadro de distribuição em situação precária

O quadro de distribuição pode ser visto como o coração de uma instalação elétrica, pois é ele quem abriga os dispositivos de proteção e faz a distribuição de todos os circuitos.

Seu aspecto visual diz muito sobre a saúde dessa instalação, e infelizmente algo encontrado de forma recorrente são condomínios com princípios de infarto.

Dentre os problemas encontrados circuitos não identificados e fiação fora do padrão de cores, são fatores que ocasionam dificuldade e insegurança em futuras manutenções. 

Outro aspecto que identifica uma inconsistência é a deterioração física do quadro e seus componentes. Ferrugem e corrosão são sinais de que a instalação está exposta a ação da água, e isso traz sérios danos à rede elétrica da edificação. 

Peças escurecidas e com aspecto de derretimento, manifestam a ocorrência de curtos circuitos. 

Por isso, para evitar problemas que coloquem a vida dos moradores e funcionários em risco, é necessário a realização de manutenções preventivas e corretivas. 

Encontrou algum desses problemas no seu prédio? A C2E te ajuda! É só entrar em contato pelo e-mail consultoriac2e@gmail.com ou pelo telefone (48) 99175-0915.

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C2E Empresa Júnior de Consultoria em Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Santa Catarina
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