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Quadro Geral de Distribuição: tudo que você precisa saber

Quadro Geral de Distribuição

O Quadro Geral de Distribuição é uma parte essencial como intermediário do fornecimento de energia em todas as residências. Mesmo assim, diversas vezes continua sendo o problema da rede elétrica. Para evitarmos isso, vamos conhecer um pouco mais sobre como ele funciona.

O que é e para que serve o Quadro Geral de Distribuição?

O Quadro Geral de Distribuição tem como sua principal função receber a energia da subestação e distribuí-las a todos os cômodos ou residências do local. Ele também serve para proteger os fios e circuitos de possíveis sobrecargas, surtos e choques.

Sem a presença do Quadro, a fiação oferece sérios riscos de incêndio, acidentes elétricos com os moradores ou também problemas técnicos no sistema elétrico da residência.

Distribuição de energia elétrica 

A principal função do Quadro Geral de Distribuição é receber energia elétrica de fontes de alimentação e distribuí-las a todos os cômodos do imóvel.

Devido sua função de distribuição elétrica, o dimensionamento do Quadro de Luz determinará a quantidade de energia que cada cômodo vai suportar, dependendo também do tamanho dos fios e do dimensionamento dos disjuntores. Dessa forma, os circuitos são protegidos de uma má alimentação, pois são montados de forma que todos eles são independentes.

Segurança

Além da distribuição, o painel protege os fios e circuitos elétricos de curtos e sobrecargas, os quais podem causar incêndios e outros problemas em toda a fiação elétrica da construção. Essa é uma tarefa essencial do Quadro, pois a falta dele põem em risco a segurança da instalação, e assim também das pessoas em volta. 

Nele, também são abrigados os dispositivos de proteção elétrica, como o Dispositivo de Proteção contra Surtos e o Interruptor Diferencial Residual.

Quais são os dispositivos em um Quadro Geral de Distribuição?

Diversos dispositivos, desde fiação até equipamentos de segurança, estão presentes em um Quadro de Distribuição. A presença e uso correto de todos eles é essencial para a segurança da instalação elétrica. Veremos a seguir cada um deles.

Fase, Neutro e Terra

Ao abrir um quadro, você se deparará com diversos fios de cores diferentes. Estes são os fios fase, neutro e terra, que têm funções diferentes na distribuição de energia desde o transformador localizado na rua até o seu sistema elétrico.

Fase

Fio fase é aquele que possui tensão (isto é, capacidade possui capacidade de fornecer energia), geralmente de 127V ou 200V. É nele que passa a corrente elétrica que será distribuída do quadro para os cômodos, por isso ele está energizado e pode dar choque. 

Dependendo da demanda de energia de cada residência, poderá haver sistemas de uma, duas ou até mesmo três fases. 

De acordo com as normas ditadas na NBR 5410, os fios fases têm cores vermelho, preto ou branco.

Neutro

O fio neutro também é conhecido como retorno da fase. Ele serve como ponto de equilíbrio das fases, e como fechamento do circuito elétrico. Por isso, ele não está energizado. De acordo com a NBR 5410, o neutro tem cor azul.

Terra

Por fim, o fio terra é aquele que faz o aterramento elétrico. Sua função é a proteção dos equipamentos e do sistema elétrico, criando um caminho de escape no caso de descargas elétricas. Ele também protege contra choques, já que oferece um caminho para que a descarga elétrica não passe pela pessoa. De acordo com a NBR 5410, o fio terra tem cor verde ou verde com amarelo.

Disjuntores

O disjuntor é um dispositivo de segurança, e sua função é impedir a sobrecarga da rede elétrica. Assim, quando um sistema está sobrecarregado, ele desarma e interrompe o fornecimento de energia para o cômodo em questão. Dessa forma, o disjuntor evita panes ou curtos na rede, e também diminui o risco de incêndio.

Disjuntores

Ao longo do tempo, alguns tipos de disjuntores já foram produzidos. Os dois mais comuns de se encontrar em residências atualmente são o NEMA e o DIN. Vamos entender suas diferenças:

NEMA

NEMA  é um dispositivo mais antigo, porém ainda amplamente encontrado em construções antigas. Ele é um disjuntor térmico, ou seja, ativa pelo calor, e por isso só desarma em casos de curto-circuito. Além disso, ele tem menor sensibilidade do que seu sucessor, o DIN, pois a proteção é feita apenas por um elemento bimetálico, o que não permite um disparo tão rápido.

DIN

DIN é o modelo de disjuntor mais novo, que tem uma sensibilidade maior e com tecnologia termomagnética. Por esse motivo, além dos casos de curto-circuito, ele também desarma devido a uma sobrecarga do sistema. Isso ocorre porque o DIN possui tanto a proteção com o elemento bimetálico quanto o disparador bobinado.

Dispositivos de segurança

Os dispositivos de segurança são mais incomuns de se encontrar, principalmente em construções mais antigas, porém são de extrema importância para a rede elétrica e os moradores que fazem uso dela. Podemos listar os principais deles:

DR

O dispositivo DR, sigla para Diferencial Residual, serve como proteção para choques. Ele faz isso detectando fugas de corrente de baixa intensidade e interrompendo esse fluxo. Assim, ele protege pessoas e animais de choques e também protege aparelhos de possíveis fugas de energia. 

Diferencial Residual

DPS

Por sua vez, o DPS (Dispositivo Protetor Contra Surtos) tem como função detectar sobrecargas transitórias (como a de um raio) no circuito e desviar elas para à terra. Assim, ele protege as pessoas e os aparelhos eletrônicos desses surtos de tensão. 

Ele é útil não apenas em casos de raios, mas também para conter as possíveis sobretensões e instabilidades na transmissão de energia.

Quais são os problemas mais comuns do Quadro Geral de Distribuição?

O quadro elétrico pode apresentar diversos problemas, principalmente se ele for mais antigo. Ao contrário do que muitos pensam, o quadro tem data de validade: dentro de dez anos, ele deve ser revisado e possivelmente reformado. Caso contrário, ele pode apresentar os seguintes problemas:

Despadronização dos fios e disjuntores

Por serem instalações mais antigas, alguns quadros não seguem a norma atual de cores de acordo com a NBR 5410. Um quadro onde os fios terra, neutro e fase não estão com suas respectivas cores é um grande problema. Além de dificultar na manutenção, pode ocasionar um choque caso alguém encoste em um fio energizado imaginando ser um fio não energizado. Por isso, deve ser observada a padronização das cores dos cabos.

Além disso, os disjuntores podem ter sido trocados e não estarem mais de acordo com o dimensionamento dos fios feito no projeto original. Isso ocorre porque, ao longo do tempo, a demanda de energia fornecida à aparelhos eletrônicos, ar condicionado e outras instalações elétricas aumentou, e o dimensionamento elétrico feito originalmente naquela residência já não suporta mais as necessidades dos moradores. Por isso, os disjuntores sobreaquecem e começam a cair.

Em tentativa de resolver esse problema, as pessoas trocam o disjuntor por outro de capacidade maior. O problema dessa “solução” é que, apesar da troca do disjuntor, os fios continuam com o mesmo dimensionamento do projeto original, e agora com um disjuntor mais potente eles ficam sobrecarregados. Assim, a residência corre risco de diversos problemas na rede elétrica, inclusive o de causar incêndios elétricos.

Neutro aterrado

Nas instalações antigas era comum a utilização do fio neutro como aterramento, já que o mesmo também não é energizado. Porém, isso é visto como um erro atualmente, pois o fio neutro não consegue cumprir sua função de equilíbrio para as fases nem de retorno de corrente. 

Outro problema é que ele não cumpre a função de aterramento, pois o aterramento deve ser equipotencializado, e o fio neutro vem da rede elétrica. Dessa forma, é mais seguro e eficiente ter a divisão do fio neutro e terra.

Corrosão dos fios e do barramento

Com o tempo, a corrosão e oxidação de fios e do barramento é inevitável, tendo em vista o aquecimento e o contato com a umidade do ar que eles têm. Porém, ter dispositivos como estes em mau estado pode ser um perigo, pois diminui a proteção dos mesmos e aumenta o risco de incêndio. Por isso, eles devem ser trocados periodicamente, quando já não estiverem em boas condições.

Estes problemas são simples de identificar ao olho, porém sua execução pode precisar de um dimensionamento da rede elétrica e substituição de fios de alta tensão. 

Se você encontrou algum desses problemas no seu Quadro Geral de Distribuição, a C2E te ajuda! Você pode entrar em contato conosco pelo e-mail consultoriac2e@gmail.com ou pelo telefone (48) 9 9929-1750.

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Maria Eduarda Mota
Maria Eduarda Mota Assessora de Projetos Graduanda em Engenharia Elétrica
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