Publicado em

Geração Compartilhada: o que é e como funciona?

Segundo o Instituto Acende Brasil, a energia elétrica do Brasil é a trigésima sétima mais alta do mundo, à frente tanto de países desenvolvidos, como os Estados Unidos e Coreia do Sul, quanto de potências emergentes, como a Índia e China. Além disso, o consumidor brasileiro gasta em média o dobro do consumidor estadunidense com energia elétrica. 

Diante desses fatos, é natural que o leitor procure por formas de reduzir sua fatura de energia ao fim do mês. Para te ajudar nisso, trouxemos um método muito interessante de gerar essa economia não só para você, mas para seus vizinhos, amigos, e até parceiros comerciais: a geração compartilhada.

O que é Geração Compartilhada?

Criada em 2015 pela ANEEL, é uma modalidade da geração distribuída que permite a união de diferentes consumidores para fins de geração e compartilhamento de eletricidade, em troca de compensações da distribuidora.

Quais são as exigências de uma geração compartilhada?

Conforme a ANEEL, a Geração Compartilhada é “caracterizada pela reunião de consumidores, dentro da mesma área de concessão ou permissão, por consórcio ou cooperativa, composta por pessoa física ou jurídica, que possua unidade consumidora com microgeração ou minigeração distribuída em local diferente das unidades consumidoras nas quais a energia excedente será compensada.”

Resumindo, para ser considerado geração compartilhada, é necessário:

  • A reunião de 2 ou mais consumidores em um consórcio/cooperativa;
  • Possuir CPF ou CNPJ;
  • Que os consumidores estejam na mesma área de concessão da distribuidora;
  • Possuir unidade consumidora com micro ou minigeração distribuída;
  • Que a energia excedente seja compensada em unidade consumidora diferente do local de geração.

Quem pode participar de uma geração compartilhada?

A ANEEL permite que um grupo de pessoas invista em uma central geradora de energia renovável e usufrua de benefícios da distribuidora em cada uma de suas unidades consumidoras. 

Dessa forma, moradores de condomínios residenciais, empresários de edifícios comerciais, grupos de lojistas e até mesmo um grupo de amigos podem se unir e economizar nas suas contas de energia por meio da instalação de um sistema fotovoltaico, por exemplo.

Como funciona a Geração Compartilhada?

Por se tratar de um sistema de micro ou minigeração, a geração compartilhada segue os mesmos mecanismos básicos desses processos de produção energética. Assim, a modalidade utiliza-se do sistema de compensação para trazer benefícios aos consumidores. 

Sistema de compensação

O sistema de compensação converte os excessos de energia produzidos pela unidade geradora em créditos, os quais podem ser utilizados para reduzir o valor pago na conta de energia do consumidor.

Dessa forma, a eletricidade produzida pelo sistema é preferencialmente utilizada para abastecer a unidade consumidora. Porém, caso a energia elétrica gerada seja insuficiente, ou seja, menor que o consumo necessário em algum momento, a concessionária injeta energia no imóvel e cobra o valor referente a esse consumo na conta de energia.

Em um sistema em que o gerador está conectado à rede pública (On Grid), quando a produção energética excede o consumo do imóvel, a eletricidade extra é direcionada para a rede de distribuição. Essa energia será utilizada para abastecer outras unidades consumidoras. Em seguida, a concessionária compensa a produção excedente com créditos de energia, que geram uma economia no valor final da conta de energia.

Compensação em geração compartilhada

Fora da modalidade de geração compartilhada, os créditos excedentes podem ser compensados na unidade onde o sistema de geração está instalado ou em propriedades cadastradas com o mesmo CPF, ou CNPJ do local de geração. 

Entretanto, quando a geração é compartilhada, os créditos podem ser transferidos para unidades consumidoras da cooperativa/consórcio, o que resulta em uma economia na fatura para todos os envolvidos.

Energia Solar Compartilhada

Para gerar eletricidade a partir de um gerador próprio, é indispensável  a presença de uma fonte de energia. No caso da mini e microgeração, a hidrelétrica, eólica, biomassa e solar, são os modelos de fontes renováveis permitidos.

Dentre essas, a solar é a que tem maior destaque e que mais vem crescendo no Brasil. Isso ocorre graças ao barateamento da tecnologia de painéis fotovoltaicos e de diversos incentivos governamentais.

Geração compartilhada: painéis solares fotovoltaicos

Benefícios 

A utilização da fonte solar é mais vantajosa que a de outras fontes renováveis, principalmente por não depender da disponibilidade de recursos naturais. Isto é, basta haver incidência de radiação solar no território para ocorrer a geração de energia.

Além disso, a geração de energia solar fotovoltaica é mais estável, é de alta durabilidade (cerca de 25 anos de vida útil), fornece alto retorno financeiro a longo prazo, e é ecologicamente correta, já que é uma fonte limpa.

Do ponto de vista da geração compartilhada, os consumidores se beneficiam pela possibilidade de dividir os custos de instalação e manutenção do sistema elétrico. Isto diminui os gastos do investimento e eventuais despesas e, por consequência, aumenta sua rentabilidade para todos os beneficiados. 

Regulamentação

No Brasil, a geração distribuída é regulamentada pela ANEEL por duas resoluções normativas: n° 482, de 17 de abril de 2012, e n° 687, de 24 de novembro de 2015.

A primeira foi o marco regulatório que possibilitou a criação de sistemas de geração distribuída local. Ela determina as condições de acesso de micro e minigeração partilhadas aos sistemas de distribuição de eletricidade. Além disso, essa resolução criou o sistema de compensação por meio de créditos excedentes.

A segunda, por sua vez, alterou a resolução n° 482, aumentando o prazo para utilização dos créditos excedentes de 36 para 60 meses. Também, diminuiu o prazo para as distribuidoras analisarem e aprovarem o acesso e conexão do sistema de geração de energia de 80 para 34 dias. Outro fator importante é que essa resolução definiu o autoconsumo remoto, o empreendimento com múltiplas unidades consumidoras e a geração compartilhada de 3 modalidades diferentes.

Ficou com alguma dúvida sobre geração compartilhada? A C2E te ajuda! É só entrar em contato pelo e-mail consultoriac2e@gmail.com e responderemos em seguida.

Compartilha: