No início da utilização da energia elétrica, as estações geradoras de energia se localizavam perto de seu destino. No entanto, com o crescimento da população e dos centros urbanos, as usinas elétricas foram centralizadas e afastadas das metrópoles. Uma das consequências disso é que boa parte da energia é desperdiçada no caminho até a cidade, impedindo que haja uma distribuição igualitária entre as regiões.
Com a criação da Agenda 2030, em 2015, foram propostos 17 objetivos a serem cumpridos de modo a ajudar a Terra no seu desenvolvimento. Entre eles, temos a aspiração por uma energia limpa e acessível (objetivo 7), inovação e infraestrutura (objetivo 9), cidades e comunidades sustentáveis (objetivo 11).
Assim, foram criadas ideias inovadoras para a disseminação da eletricidade, como as Redes Inteligentes (Smart Grids). A finalidade no uso delas é revolucionar a forma como a energia é distribuída, por meio da utilização da tecnologia moderna para otimizar sua eficiência.
O que são as Redes Inteligentes?
As redes inteligentes (do inglês Smart Grids) são sistemas de transmissão e distribuição que utilizam recursos da Tecnologia da Informação (TI) para aumentar sua eficiência.
Para geradoras e distribuidoras, as redes inteligentes permitem controlar a quantidade de energia gerada, já que, com o auxílio de medidores eletrônicos, conseguimos monitorar o consumo de cada pessoa, não sendo preciso produzir mais que o necessário.
Além disso, esses recursos de TI também trazem novidades para o consumidor final, podendo ele obter informações sobre o consumo por horário e os indicativos da qualidade de energia.
Quais são as vantagens das redes inteligentes?
Por ser uma rede com alto grau de automatização, ela consegue detectar as falhas com rapidez—inclusive fraudes, como os “gatos”—o que facilita o trabalho de grandes geradoras de energia a conseguirem restabelecer o abastecimento a distância e evitar sobrecargas no sistema.
As redes inteligentes visam interligar os produtores e os consumidores da eletricidade, de modo que façam parte desse sistema desde instalações fotovoltaicas particulares até grandes usinas hidrelétricas. No futuro, pessoas com uma fonte própria de eletricidade poderão armazenar o que sobrou da energia produzida para revendê-la ou até mesmo para utilizá-la futuramente.
Para entender melhor, nesses sistemas há a utilização dos conversores para o controle do armazenamento de energia na geração distribuída, que permitem partilhar a eletricidade de forma inteligente. Trazendo para um exemplo prático, imagine um sistema de placas solares de pequeno porte. Neste caso, o sistema coleta a energia produzida, seleciona o que é necessário para o consumo na casa e coloca o remanescente na rede inteligente para ser aproveitado por outras pessoas.
Outra curiosidade é que será possível o consumidor controlar os seus gastos, o que reduzirá consideravelmente o desperdício de energia. Para ter noção do problema que é o desperdício de energia no Brasil, de acordo com a ABESCO, em 2017 foi detectado um gasto de R$61,7 bilhões de reais com gastos desnecessários de energia durante os 3 anos anteriores a esse relatório.
Smart Grids e Cidades Inteligentes
As cidades inteligentes podem ser definidas como um sistema de interação entre a sociedade e o mundo ao seu redor. Ao utilizarem da tecnologia da informação e das redes inteligentes, tornam possível um desenvolvimento mais sustentável e tecnológico da cidade, já que conseguem lidar bem com as problemáticas envolvendo os desafios do crescimento urbano.
A população da cidade pode, por meio dos seus aparelhos eletrônicos (smartphones, tablets, notebooks), se conectar aos seus carros e casas em razão do pareamento. Com isso, ela acaba por contribuir para a diminuição da poluição e dos seus gastos, já que dispositivos eletrônicos deixados ligados podem ser desligados remotamente, não havendo assim desperdício de energia elétrica.
Com isso, é possível citar algumas características pertencentes as cidades inteligentes:
Sinaleiras conectadas entre si – ao receberem informações da posição dos carros através de sensores e dos próprios automóveis, as sinaleiras ajustam o tempo de resposta ao tráfego do momento, de forma a reduzir os congestionamentos e, consequentemente, a poluição do meio ambiente.
Lixeiras inteligentes – lixeiras que enviam informações à empresa responsável pela coleta de lixo e agendam essa coleta para um momento em que ela seja necessária, evitando viagens excessivas.
Monitoramento da água – torna possível detectar seu escoamento e, como resultado, descobrir os locais onde tem vazamento da mesma, o que evita o desperdício.